Eu lembro do dia em que partiste,
A porta fechou, a casa era triste.
Faltaram palavras, sobrou solidão,
Um nó na garganta, um peso no chão.
Se eu soubesse que era adeus,
Que o tempo fugia dos olhos teus,
Teria te dado um abraço apertado,
Dizendo o quanto eras amado.
Agora só restam memórias e vento,
O som de tua risada no tempo.
E um desejo sincero, guardado aqui:
Que um dia possamos nos reencontrar ali. Boa noite.
A lua espreita pela janela,
O relógio teima em não se mover.
As horas arrastam-se na escuridão,
Enquanto a mente insiste em doer.
Repasso memórias como um velho filme,
Relembro promessas que o vento levou.
Sinto na pele a ausência que pesa,
E o frio no peito que o tempo deixou.
Mas vejo no céu um traço de luz,
Amanhã trará um novo nascer.
E quem sabe, entre sombras e dores,
A esperança resolva me refazer. B oa noite.
Caminhamos juntos um dia,
Sonhos nas mãos, esperança nos olhos.
Mas a estrada bifurcou-se adiante,
E a vida nos fez estranhos de novo.
Não houve briga, tampouco mágoa,
Só um silêncio, um afastamento.
O tempo seguiu seu rumo certo,
Levando contigo um sentimento.
Guardo de ti o melhor que ficou,
Um pedaço de luz na lembrança.
Que a vida te leve por bons caminhos,
E o vento nos una noutra dança. Boa noite.
Acordo e a vida me chama de novo,
Há contas, há prazos, há pressa e metrô.
Mas dentro de mim resiste um fogo,
Que queima, que pulsa, que nunca apagou.
Não corro por ouro, nem glórias vazias,
Corro por sonhos que um dia plantei.
Por quem me espera, por quem acredita,
Por tudo que sou e por quem serei.
A vida não cansa de me testar,
Mas sigo, tropeço, levanto, insisto.
Pois sei que no fim do longo caminho,
O que vale a pena não foi em vão. Boa noite.
Nem toda dor sangra aos olhos do mundo,
Nem toda lágrima chega ao chão.
Há cicatrizes que o tempo esconde,
Feridas abertas no coração.
São frases cortantes, promessas quebradas,
São dias de luto sem enterrar.
São noites de medo, manhãs sem sentido,
São ecos de gritos sem ninguém escutar.
Mas mesmo marcados, seguimos em frente,
Pois dentro de nós há força e luz.
E um dia, talvez, com um sopro do vento,
O peito respire sem medo, sem cruz. Boa noite.
Ouço meus passos na rua vazia,
Som solitário, eco da vida.
Já fui multidão, já fui companhia,
Hoje sou sombra em estrada perdida.
Mas sigo em frente, sem olhar tanto,
O mundo é vasto e o tempo ensina.
Que até quem anda sozinho na chuva,
Pode encontrar abrigo na esquina. Boa noite.
Sentamos à mesa, xícaras mornas,
Olhares que evitam verdades expostas.
O café esfria, a conversa é pouca,
Ambos sabemos: chegou nossa hora.
O amor, tão forte, foi se apagando,
Como brasas que um dia arderam em nós.
Não há culpados, nem há rancores,
Só dois estranhos perdendo a voz.
A despedida vem sem alarde,
Um meio sorriso, um último olhar.
Saímos distintos, seguimos distantes,
Mas o gosto do café ficou no ar. Boa noite.
Entre nós, há um espaço imenso,
Feito de frases que nunca dissemos.
Palavras guardadas, presas no peito,
Que pesam mais que mil argumentos.
O tempo passou e deixou seus sinais,
Caminhos distintos, promessas em vão.
Mas mesmo no meio dessa distância,
Ainda escuto teu coração.
Talvez um dia, em outra esquina,
A vida nos traga um novo enredo.
Até lá, guardo em segredo,
O que nunca disse, mas sempre senti. Boa noite.
Já fui abrigo, já fui morada,
Já tive janelas abertas ao sol.
Hoje sou sombra, sou pó e lembrança,
Um eco distante do que já foi.
As paredes guardam risadas antigas,
Histórias contadas ao pé do fogão.
Mas o tempo é implacável, arrasta memórias,
E faz do que era apenas visão.
Se um dia voltares por essas esquinas,
E olhares pra mim com saudade no olhar,
Saiba que em cada tijolo partido,
Ainda há um lar a te esperar. Boa noite.