O vento sopra pelas montanhas,
desliza livre sobre o mar.
Brinca entre os galhos das árvores,
fazendo as folhas sussurrar.
Ele corre pelos campos dourados,
ergue poeira num rodopio.
Assovia leve nas manhãs frescas,
dança nas ondas em desafio.
A pipa sobe até o alto,
como um pássaro a flutuar.
O vento ri ao vê-la livre,
sem medo algum de despencar.
Os barcos sentem sua força amiga,
inflando velas sobre a imensidão.
E cada brisa que toca a pele
é como um afago sem razão.
E quando a noite chega mansa,
o vento acalma seu soprar.
Mas sabe que, ao raiar do dia,
voltará feliz a brincar. Boa noite.
No jardim, há uma festa escondida,
onde a alegria nunca tem fim.
As borboletas dançam no ar,
pintando o dia em tom de cetim.
As abelhas zumbem contentes,
levando néctar de flor em flor.
Sabem que a vida é um ciclo lindo,
feito de esforço, brilho e cor.
O beija-flor, leve como um sonho,
paira suspenso ao se alimentar.
Seu voo ágil, pequeno e forte,
mostra que há graça em persistir e amar.
As roseiras exalam perfumes,
enquanto o orvalho brilha ao sol.
O jardim sorri sem pressa,
sabendo que a vida é um arrebol.
E quando o dia se despede,
as flores fecham devagar.
Dormem tranquilas e esperançosas,
pois sabem que o sol vai voltar. Boa noite.
O rio corre, rindo em curvas,
serpenteando sem parar.
Leva em suas águas claras
a pressa mansa de navegar.
Ele beija pedras pelo caminho,
molda a terra com sua mão.
Canta baixinho em suas margens,
sua música em eterna canção.
Os peixes pulam, brincam livres,
deslizam leves sem temer.
Sabem que a água que hoje passa
sempre há de reaparecer.
O sol reflete em sua dança,
criando fios de puro ouro.
O rio não para, mas não se apressa,
pois sabe que o tempo é um tesouro.
E quando a lua beija suas águas,
prateando tudo ao seu redor,
o rio segue, calmo e certo,
pois sabe que nunca estará só. Boa noite.
As árvores dançam ao vento leve,
suas folhas vibram num murmúrio sutil.
Firmes, estendem seus braços ao céu,
num gesto de força e paz infantil.
Os pássaros fazem nelas seus lares,
entre galhos que sabem acolher.
Ali constroem ninhos de esperança,
onde a vida insiste em renascer.
As raízes abraçam a terra,
bebem da chuva e do luar.
Cada tronco conta histórias
de tempos que sabem esperar.
As sombras frescas convidam ao riso,
ao repouso sob a amplidão.
Quem descansa junto às árvores
ouve o sussurro da criação.
E quando o outono sopra seu hino,
pintando folhas em tons de sol,
as árvores sabem que a vida é um ciclo,
sempre pronto para um novo arrebol. Boa noite.
O lago descansa entre as colinas,
suas águas calmas a reluzir.
Espelho vivo da natureza,
onde o céu gosta de se refletir.
Os cisnes deslizam em sua dança,
como notas suaves a flutuar.
O vento sopra e faz ondulações,
como dedos na água a desenhar.
As rãs pulam entre as margens,
cantam hinos ao entardecer.
O lago escuta e guarda histórias,
sempre pronto para renascer.
No amanhecer, brilha em ouro,
à noite, prata sob a luz lunar.
Sereno e firme, nunca se apressa,
pois sabe que a vida é devagar.
E quando a chuva beija sua face,
o lago sorri sem hesitar.
Ele entende que a felicidade
está em simplesmente estar. Boa noite.
No campo, as flores se abrem ao dia,
pintando o mundo sem pincel.
Vermelhas, amarelas, lilases,
em um espetáculo natural e fiel.
As margaridas riem ao vento,
os girassóis seguem o sol.
As violetas sussurram segredos,
num tom suave como arrebol.
As abelhas dançam entre pétalas,
levando doçura por onde vão.
As borboletas brincam no ar,
como versos em suave canção.
Cada flor, um perfume, uma história,
um instante de pura cor.
Sabem que a vida é efêmera,
mas vivem cada dia com fervor.
E quando a noite chega mansa,
fecham-se em paz sem se queixar.
Pois sabem que o sol retorna,
e com ele, a chance de recomeçar. Boa noite.