A cada passo no campo, um novo tom,
O amarelo da flor se mistura ao azul do dom.
As tulipas brotam, tímidas no começo,
Mas logo revelam a beleza que adere ao sucesso.
O campo de trigo balança com o vento,
Acentuando o ouro em cada movimento.
A papoila, com suas cores vivas,
Lembra que a vida é feita de perspectivas.
A camomila, singela e pura,
Sabe que a beleza é simples e dura.
Enquanto o girassol, com sua mente voltada,
Segue o sol com fé renovada.
As flores do campo não falam alto,
Mas sua presença é um ato sem salto.
Em cada cor, um pedaço da vida,
Em cada folha, uma história perdida. Boa noite.
No jardim que ninguém conhece,
Flores silentes crescem, esquecem.
O vento passa, mas não as move,
Elas dançam na calma que o tempo promove.
A rosa desabrocha sem pressa,
Cada pétala uma história que recomeça.
A violeta, tímida e escondida,
Espera a lua, guarda sua vida.
O crisântemo surge de forma encantada,
Com cores que se misturam à madrugada.
Tudo floresce em sua essência pura,
E o jardim permanece, sua maior figura. Boa noite.
A árvore conhece o segredo da terra,
Suas raízes tocam o mundo e o encerra.
Sem pressa, sem medo, ela se estende,
Em cada ramo, um novo ciclo que se rende.
O carvalho, com sua força silenciosa,
Tem no tronco a história que se enrosca.
A figueira, com folhas grandes e verdes,
Sabe que a vida é feita de eternas lutas e perdas.
Mas no chão, as raízes se entrelaçam,
Sem pressa, sem ansiedade, elas abraçam.
A árvore cresce, sem desejar aplausos,
Ela simplesmente existe, com seus próprios laços. Boa noite.
No campo as flores se soltam ao vento,
Em seus tons vibrantes, há tanto alento.
O campo de lavanda se espalha tranquilo,
E o girassol segue o caminho do sol, com brilho.
As margaridas saltitam com leveza,
Enquanto a peônia exala sua grandeza.
O hibisco surge como chama acesa,
Fazendo da manhã uma beleza imensa.
O vento passa e as flores se entregam,
Com uma graça que o tempo não aprisiona.
Cada cor que se espalha no campo aberto,
É um lembrete de que o mundo é deserto de solidão. Boa noite.
A árvore se ergue, erguida pelo vento,
Em seus anéis, o peso de cada momento.
Ela não fala, mas seus galhos gritam,
Nos silêncios que com o vento se agitam.
Seus frutos caem quando o tempo exige,
Mas ela permanece, sem nunca fugir.
Cada folha caída é um suspiro de vida,
E cada raiz nova é uma página perdida.
No outono, seus galhos estão nus,
Mas o inverno não os faz em cruz.
Ela ressurge na primavera com vigor,
E novamente, sem palavras, espalha seu amor. Boa noite.
A folha cai sem fazer alarde,
Seu ciclo se encerra, sem fazer parte
De uma grande história ou lenda contada,
Ela é simplesmente a vida em sua jornada.
O vento a leva sem remorso,
Carrega-a para o norte, rumo ao fosso.
Mas a folha é leve e sem peso,
Ela se despede sem sentir o excesso.
E quando cai sobre o solo macio,
Ela se entrega ao seu destino vazio.
A folha não tem medo de desaparecer,
Ela vive para deixar o vento a entender. Boa noite.
As folhas caem como poemas ao vento,
Cada uma carregando um pedaço de tempo.
O outono pinta com tons de ouro e fogo,
Transformando o chão em um campo novo.
O bordo, com seu vermelho profundo,
Muda seu tom, redescobrindo o mundo.
As acácias, com suas folhas douradas,
Guardam segredos das noites passadas.
O vento as faz dançar sem pressa,
Como se o outono fosse a maior festa.
O jardim se despede da cor da vida,
Mas no silêncio, ela continua entendida. Boa noite.