O sol nasce sem pressa na linha do horizonte,
O café quente marca o início do dia,
Entre os gestos que se repetem em silêncio,
Há beleza na rotina que se cria.
Os horizontes não precisam ser longínquos,
O agora é vasto e rico o suficiente,
Pois o que preenche os dias comuns
É o que torna a vida tão evidente.
Os grandes sonhos têm seu lugar,
Mas é no presente que a vida se constrói,
E cada momento simples e discreto
É o que mantém o coração em paz e sós. Boa noite.
A roupa no varal que seca ao sol,
O relógio marcando o meio da tarde,
O dia segue em seus ciclos tão próprios,
Sem precisar de pressa ou alarde.
A mesa que se arruma para o jantar,
O descanso breve entre uma tarefa e outra,
Cada ciclo se repete, mas nunca é igual,
Como ondas que tocam a mesma rocha.
Os ciclos da vida ensinam o tempo,
Que o simples é também necessário,
E que viver é perceber nos detalhes
O que há de mais extraordinário. Boa noite.
As mãos que preparam o pão da manhã,
Os olhos que observam a rua movimentada,
Cada gesto conta uma história própria,
Na simplicidade de uma vida traçada.
O motorista que dá passagem ao outro,
O sorriso breve de um encontro casual,
São pequenos atos que formam o tecido
De um cotidiano sereno e natural.
Há poesia nos gestos que parecem banais,
Na forma como o dia se desenrola,
E é nesse palco discreto da vida
Que a grandeza verdadeira se consolida. Boa noite.
O pó no chão de quem passou antes,
A marca das rodas no asfalto molhado,
Cada caminho tem seus próprios rastros,
Cada história é um detalhe deixado.
Os sapatos desgastados de tanto andar,
As sacolas cheias de compras do dia,
Tudo é parte de uma narrativa única,
De quem vive e, em viver, cria.
Os rastros são lembranças silenciosas,
De que a vida se faz ao seguir em frente,
E, mesmo que pareçam desaparecer,
São a prova de um passado presente. Boa noite.
O andar apressado de quem tem horários,
A pausa discreta de quem espera o sinal,
Entre passos rápidos e momentos de espera,
O cotidiano se desenha em seu ritual.
A rua é cheia de vidas cruzadas,
Cada uma seguindo seu rumo e razão,
E, mesmo sem perceber, cada movimento
Contribui para a harmonia dessa canção.
É nos espaços entre os passos e as pausas
Que encontramos o tempo de refletir,
E perceber que a simplicidade do dia
É o que dá à vida razão para existir. Boa noite.
O azul do céu que desponta no horizonte,
O dourado do sol que aquece o chão,
Cada manhã traz consigo uma paleta
Que pinta o mundo com precisão.
O verde das árvores na praça central,
O cinza da calçada sob os pés que passam,
Cada cor é um detalhe discreto,
Que, junto, transforma o dia que abraça.
Viver é enxergar as cores do mundo,
Mesmo quando o olhar se acostuma a elas,
Pois é na mistura do comum e do belo
Que a vida se faz mais singela. Boa noite.
A bolsa no ombro, os papéis na mão,
A caminhada apressada para o próximo lugar,
A rotina carrega um peso invisível,
Mas é nela que aprendemos a andar.
Os dias seguem um ritmo certeiro,
Repetindo tarefas, cumprindo deveres,
E, mesmo assim, cada dia é único,
Guardando segredos nos mesmos prazeres.
O peso da rotina não é castigo,
É o que nos molda e nos faz crescer,
Pois na constância de cada tarefa
Está o alicerce do nosso viver. Boa noite.