A luz que invade as frestas da cortina,
O cheiro da manhã que traz novidade,
Cada novo dia é uma oportunidade,
Mesmo que venha com a rotina.
As ruas ganham vida com o movimento,
Passos firmes traçam novos destinos,
E, entre as faces que cruzam o momento,
Há sonhos e histórias em desatinos.
O dia que nasce não precisa brilhar,
Basta ser, basta seguir, basta estar,
Pois na continuidade do que é tão simples,
A vida se faz em seu próprio lugar. Boa noite.
Os cadernos abertos na sala de aula,
As ferramentas dispostas na oficina,
Cada espaço conta sua rotina,
Feita de gestos que o tempo embala.
Não há necessidade de grandes feitos,
A simplicidade tem seu lugar,
É nos dias comuns que se encontram
Os alicerces para continuar.
Cada um escreve sua parte,
Nos pequenos traços da vida diária,
E, ao fim, tudo se conecta,
De forma única e necessária. Boa noite.
As mãos que constroem, plantam e criam,
O suor que traduz a força em ação,
O cotidiano é feito de passos firmes,
De quem busca sempre uma nova direção.
Na fábrica, no campo ou na mesa do lar,
Cada tarefa é parte de um mundo maior,
E mesmo que a rotina pareça pequena,
Ela sustenta tudo o que é melhor.
Não há glamour no esforço diário,
Mas há um valor que nunca se apaga,
Pois é na constância de cada tarefa
Que a vida se faz e a história se alarga. Boa noite.
As estradas que cruzamos todos os dias,
O trânsito, as filas, o calor do metrô,
Tudo faz parte de um grande cenário,
Onde cada jornada tem seu valor.
Os encontros rápidos, os sorrisos breves,
A conversa solta no meio do caminho,
São detalhes que passam despercebidos,
Mas enchem o dia de calor e carinho.
A vida não precisa ser sempre especial,
O simples já carrega profundidade,
Pois em cada rota do nosso trajeto,
Há pedaços de paz e de verdade. Boa noite.
O som da chuva caindo na varanda,
O cheiro do pão que sai do forno,
Cada detalhe se soma em silêncio,
E forma o enredo que nos mantém no entorno.
A jornada não precisa de aplausos,
A rotina é sua própria poesia,
E quem para para olhar ao redor
Descobre riqueza em cada dia.
O que é comum é o que mais importa,
São os pilares que sustentam a vida,
E, ao fim, tudo o que temos
É o presente como nossa guarida. Boa noite.
Na praça, as folhas varridas em círculos,
No mercado, o barulho das prateleiras,
Tudo se move em uma coreografia,
Onde o comum dita as primeiras fileiras.
As vozes se misturam, formando um coro,
De risadas, instruções e planos do dia,
Cada som, um gesto, cada gesto, um enredo,
De uma dança simples, mas cheia de energia.
Não há espetáculo no cenário diário,
Mas há beleza na sua naturalidade,
E é nessa dança contínua e simples
Que a vida revela sua verdade. Boa noite.
Das janelas abertas, o mundo se mostra,
Em ruas tranquilas ou avenidas cheias,
Cada olhar descortina um pedaço da vida,
Entre risos soltos e vozes alheias.
O carteiro que apressa seu passo,
A mãe que chama o filho para almoçar,
São cenas pequenas, mas cheias de alma,
Que fazem do dia algo a se admirar.
Janelas abertas são como convites,
Para enxergar o que é simples e pleno,
Pois, às vezes, na calma do dia que passa,
Está o sentido do que é ser terreno. Boa noite.
O tráfego que segue seu curso constante,
As crianças que brincam na calçada estreita,
O dia flui em um ritmo sereno,
Com sua lógica própria, precisa e perfeita.
Os barulhos do mundo formam uma sinfonia,
De motores, risos e passos ligeiros,
Cada som se encaixa no todo,
Fazendo do dia algo verdadeiro.
Viver é caminhar nesse fluxo invisível,
Sem buscar o extraordinário a todo momento,
Pois o dia comum, com seus tons singelos,
É onde mora o maior ensinamento. Boa noite.