Na alvorada, o canto ecoa sem pressa,
Anunciando o dia, onde o novo começa.
O galo não vê o que está por vir,
Mas canta, pois sabe que viver é insistir.
Seu canto é rotina, mas também esperança,
Um chamado ao mundo, uma nova dança.
E no eco desse som pela fazenda inteira,
Está o ritmo da vida, simples e verdadeira. Boa noite.
Na praça, as luzes piscam em festa,
Colorindo o ar, onde o povo se apresta.
Cada barraca é um mundo pequeno,
Cheio de risos, aromas e algo terreno.
Os passos se cruzam, histórias se tocam,
E no calor da feira, os corações se trocam.
É ali, no simples brilho que encanta,
Que a vida mostra o que de fato importa. Boa noite.
A poeira se levanta onde as rodas passam,
Como memórias que no vento se abraçam.
O carro segue, deixando atrás seu traço,
Num caminho que é mais poeira que espaço.
Não há mapa que conte onde termina,
Pois a estrada de terra é sempre divina.
Ela nos lembra que o fim nunca é certo,
E que o agora é onde estamos mais perto. Boa noite.
A ponte se estende como um laço entre margens,
Unindo o que antes eram distantes paisagens.
Sob ela, o rio canta sua canção eterna,
Enquanto o concreto desafia a corrente moderna.
Cada passo sobre a ponte é uma escolha,
Entre o que deixamos e o que se acolha.
E ao olhar para as águas que seguem sem parar,
Aprendemos que a vida é atravessar. Boa noite.
Na casa esquecida, as janelas não falam,
Guardam um silêncio que o tempo embala.
Atrás dos vidros embaçados, há histórias caladas,
De vidas que passaram e ficaram marcadas.
Cada janela é um olho que já viu tanto,
Mas que agora repousa em seu próprio encanto.
A casa vazia não é apenas um lugar,
É um símbolo de que o passado sabe ficar. Boa noite.
A plataforma vazia, um apito distante,
O último trem parte num ritmo constante.
Ele carrega consigo despedidas e sonhos,
Deixando o silêncio como seus testemunhos.
Os trilhos brilham sob a luz da lua,
Enquanto o eco do trem corta a noite nua.
E quem o vê partir entende a lição:
Tudo chega e parte em sua estação. Boa noite.
Cada objeto na banca tem uma história a contar,
De mãos que o usaram e o deixaram passar.
Relógios, fotos, livros e medalhas,
Tudo ali carrega uma memória que se espalha.
A feira é um mosaico de tempos cruzados,
Um encontro entre o novo e os mundos passados.
E ao tocar cada peça, sentimos em nós,
Que o velho guarda o que o presente não traz. Boa noite.
Entre árvores altas, o caminho se forma,
Com pedras antigas em perfeita norma.
Cada passo é um convite ao desconhecido,
Onde o som da natureza é sempre bem-vindo.
As pedras guardam histórias de quem já passou,
De pés que pisaram e nunca voltou.
E ao caminhar por esse trilho discreto,
Sentimos que o mundo é imenso e repleto. Boa noite.
O vento entra e balança as cortinas,
Trazendo o calor de tardes divinas.
A janela aberta é um portal encantado,
De onde se vê o mundo vasto e ensolarado.
O canto das cigarras preenche o ar,
Enquanto o sol se deita, prestes a descansar.
E no cenário simples que a janela revela,
Está a essência de uma estação tão bela. Boa noite.
A ladeira íngreme que um dia subi,
Carrega memórias de quem já sorri.
Corridas, tombos, risos e brincadeiras,
Fazem dela um palco de eras inteiras.
Hoje a ladeira parece menor,
Mas guarda em seu chão tudo o que foi melhor.
E ao passar por ela, sinto o eco vibrar,
De uma infância que nunca deixará de estar. Boa noite.