Na solidão das montanhas altivas,
Um eco viaja sem direção,
Repete palavras que nunca foram ditas,
Como um murmúrio do coração.
O vento sopra, levando mensagens,
De viajantes que por ali passaram,
E as pedras, em sua calma eterna,
Guardam histórias que nunca contaram.
A montanha não tem ouvidos ou voz,
Mas cada som que nela ressoa,
Carrega o peso da vida e da perda,
E da busca por algo que ecoa.
Escalar montanhas não é apenas subir,
É enfrentar o silêncio e o abismo Boa noite.
Entre as árvores de um parque esquecido,
Gira, imóvel, um velho carrossel,
Seus cavalos de madeira, antes tão vivos,
Agora dormem sob o véu do céu.
Crianças correram em torno dele um dia,
Risos e cores enchiam o ar,
Mas o tempo, em sua dança implacável,
Fez a música parar de tocar.
Hoje, ele é um retrato do passado,
Um símbolo de alegria que se desfez,
Mas ainda guarda, em seus movimentos,
A memória de quem nele uma vez crês.
E quem o encontra, no meio do nada,
Sente uma melancolia difícil de explicar,
Pois o carrossel parado nos lembra,
Que até a felicidade pode se apagar. Boa noite.
Na praça esquecida pelo tempo,
Há um banco de madeira gasto e solitário,
Suas tábuas rangem ao toque do vento,
E nele repousam histórias de um diário.
Amores sentaram lado a lado,
Trocaram promessas sob a luz da lua,
Velhos amigos dividiram risos e silêncios,
E sonhadores olharam para a noite nua.
Agora o banco é apenas um relicário,
Um testemunho do que já passou,
Mas quem se senta e fecha os olhos,
Sente a energia do que ali ficou.
O banco não se move, mas viaja no tempo,
Guardando o peso de vidas inteiras,
E mesmo na sua quietude cansada,
Continua a ser parte de mil histórias verdadeiras. Boa noite.
Há uma ponte sobre um rio calmo,
Que une margens de mundos distantes,
Por ela passam vidas e sonhos,
Sem nunca se deterem por instantes.
De um lado, o passado acena,
Com suas raízes fincadas na terra,
Do outro, o futuro chama,
Com promessas de paz ou guerra.
A ponte não escolhe quem cruza,
Apenas existe para servir,
E quem por ela se aventura,
Carrega consigo a coragem de ir.
Ela nos ensina que, entre dois pontos,
Há sempre um meio para atravessar,
E que mesmo os caminhos mais incertos,
Começam com o primeiro passo a arriscar. Boa noite.
No canto da rua, uma lâmpada brilha,
Fraca, amarela, no silêncio noturno,
É a vigia dos becos e das esquinas,
Um farol para os passos diurnos.
Sua luz não é intensa ou altiva,
Mas toca suavemente tudo ao redor,
E mesmo na escuridão da cidade,
Ela permanece, firme, em seu labor.
Sob sua luz, amores se encontraram,
Decisões foram tomadas em segredo,
E aqueles que caminham sem rumo,
Encontraram nela um breve aconchego.
A lâmpada do poste não sabe o porquê,
De sua existência simples e comum,
Mas sua pequena luz nos lembra,
Que até o menor brilho pode ser algum. Boa noite.
Deitado na areia, ouço o mar cantar,
Cada onda que vem e vai sem parar,
Traz histórias de terras grandiosas.
O sal no ar conta segredos profundos,
De navios que cruzaram seus domínios,
De marinheiros que buscaram novos mundos,
E de criaturas escondidas em seus caminhos.
O mar é tanto amigo quanto rival,
Convida e repele em sua vastidão,
Uma força selvagem que ecoa.
E quem o escuta, na calma ou na fúria,
Descobre que o mar é mais que água e espuma.
Levando histórias que a memória faz. Boa noite.