Há um caminho de terra que corta o campo,
Coberto por pedras, poeira e sonhos,
Pisado por pés que nunca se encontram,
Cada pegada carregando histórias de outros donos.
De um lado, o verde dos pastos abunda,
Do outro, flores silvestres resistem ao tempo,
E acima, o céu se estende infinito,
Guardando o silêncio de cada momento.
Quem caminha por ali sente o peso da vida,
Na irregularidade do chão sob os pés,
Mas também descobre a beleza simples,
De seguir adiante sem olhar para trás.
E quando o caminho encontra seu fim,
Entre uma curva e o horizonte distante,
O viajante entende que a jornada,
É o que torna a chegada tão marcante. Boa noite.
O mercado desperta com a luz da manhã,
Seus corredores fervilham em ritmos próprios,
Vendedores gritam ofertas ao vento,
E clientes negociam com olhares afoitos.
Frutas brilham em tons vibrantes,
Tecidos coloridos balançam ao toque do ar,
E o cheiro de especiarias se mistura,
Com o aroma quente do pão a assar.
Há risadas, discussões e promessas,
Histórias que se cruzam e evaporam no tempo,
Como ecos que nunca se repetem,
Mas deixam no ar um doce sentimento.
O mercado é mais que um espaço de trocas,
É um palco onde a vida encena seus atos,
E quem caminha por seus corredores,
Leva consigo fragmentos de mundos compactos. Boa noite.
No alto do penhasco, o velho farol vigia,
Seus olhos de luz cortam a noite densa,
Guiando navios por mares revoltos,
Com uma presença antiga e imensa.
Suas paredes carregam marcas do tempo,
Do vento salgado e das tempestades,
Mas ele permanece, solitário e firme,
Como um guardião das vastas imensidades.
No silêncio, sua luz é uma promessa,
De segurança para os que se aventuram,
E de esperança para os que se perdem,
Entre ondas que nunca descansam.
Quando o amanhecer desponta no horizonte,
O farol descansa por mais um dia,
Esperando o retorno da noite escura,
Para cumprir sua missão sem desvia. Boa noite.
Na prateleira empoeirada de uma velha livraria,
Havia um livro esquecido, coberto de poeira,
Suas páginas amarelas guardavam segredos,
Histórias perdidas em um mundo sem fronteiras.
Cada palavra ali escrita era um eco,
De vozes que há muito se calaram,
Mas o livro, em seu silêncio paciente,
Esperava mãos que o resgatariam.
Um dia, alguém o encontrou, por acaso,
E ao abrir suas páginas, o tempo parou,
Era como se o passado voltasse à vida,
E o esquecido finalmente brilhou.
O livro não é apenas papel e tinta,
É um portal para o que já se foi,
E mesmo na poeira do esquecimento,
Ele guarda o poder de criar emoções. Boa noite.
Na estação quase vazia, o último trem espera,
Seu apito ecoa, cortando a solidão,
Vagões escuros carregam memórias,
De quem partiu sem olhar para a direção.
Há silêncio nas plataformas frias,
Interrompido apenas pelo ranger dos trilhos,
E pelas despedidas que o vento leva,
Como folhas caídas em seus desvios.
Quem embarca no último trem carrega,
Mais que bagagens, carrega incertezas,
De para onde os trilhos irão levá-los,
E do que deixarão nas suas tristezas.
Mas o trem segue, indiferente ao destino,
Rasgando a noite com sua marcha incessante,
E quem o observa da estação vazia,
Sente o peso de não ter seguido adiante. Boa noite.
As nuvens se juntam no céu cinzento,
Anunciando um espetáculo natural,
Os primeiros pingos tocam a terra,
Com uma melodia suave.
As árvores se curvam, em reverência,
Enquanto o vento dança ao redor,
E a chuva, em sua persistência,
Rega o mundo com amor maior.
Os rios transbordam em vida renovada,
O aroma da terra úmida se eleva,
E cada gota, por menor que seja,
Carrega em si a promessa de uma nova era.
A dança da chuva é um lembrete,
De que mesmo na tempestade há beleza,
E que depois do céu escuro e inquieto,
Sempre virá o arco-íris, com sua leveza. Boa noite.