O rio nasce tímido, um fio d’água,
Entre pedras ásperas e terra crua.
Mas cresce com o tempo, sem sentir mágoa,
E seu destino o chama, além da lua.
Encontra barragens, encontra muralhas,
Mas nunca para, jamais recua.
Cada curva, cada salto que ele trabalha,
É prova de que seu fluxo continua.
Ele molda as pedras, transforma paisagens,
Cria caminhos onde não havia chão.
No silêncio, carrega mensagens,
De que vencer é fluir, mesmo em tensão.
Como o rio, seguimos adiante,
Mesmo quando a corrente tenta nos deter.
Nos tornamos fortes, sempre constantes,
E alcançamos o mar do nosso viver. Boa noite.
Sob as folhas caídas, a formiga avança,
Com cada grão, constrói seu futuro.
Seu corpo é pequeno, mas não se cansa,
A persistência é o seu escudo.
O vento sopra, a chuva ameaça,
Mas ela não desiste do que precisa.
Sabe que o inverno logo se passa,
E sua reserva é o que a energiza.
Pequenos passos, grandes conquistas,
Assim a formiga vence o momento.
Com paciência, ela risca as listas,
De tudo que é fruto do seu talento.
Também somos formigas em nossos dias,
Trabalhando em silêncio, construindo o amanhã.
Com coragem e nossas próprias vias,
Superamos a dor que a vida nos propõe. Boa noite.
No deserto, o cacto floresce,
Mesmo onde tudo parece morrer.
Sob o sol que nunca arrefece,
Ele guarda vida que insiste em viver.
Suas raízes buscam água escondida,
Sua casca grossa o protege do mundo.
Cada espinho guarda a lição aprendida:
A sobrevivência é algo profundo.
E então, de repente, ele floresce,
Uma explosão de cores no pó do sertão.
Mostrando que, mesmo onde se padece,
A beleza encontra sua razão.
Somos como o cacto, em terras áridas,
Guardando força nos momentos difíceis.
E quando a hora vem, entre jornadas,
Florescemos, superando os tempos difíceis. Boa noite.
Entre flores, a abelha se move,
Incansável no seu eterno labor.
Cada voo, cada escolha promove,
Um futuro rico, pleno de sabor.
Ela não teme o calor do verão,
Nem a distância que deve trilhar.
Sabe que o néctar em sua missão
É o que dará força ao seu lar.
Colmeia construída com esforço conjunto,
Milhares de vozes em harmonia.
A abelha prova, em seu assunto,
Que o trabalho é a chave da alegria.
Como abelhas, precisamos buscar,
O propósito que nos move ao viver.
E, com cada esforço que ousamos dar,
Criamos um mundo melhor para renascer. Boa noite.
Na selva densa, o tigre avança,
Com os olhos fixos no que está à frente.
A cada passo, com confiança,
Ele ignora o que é imponente.
Entre as sombras, ele se esconde,
Mas não foge do risco ou da dor.
Sabendo que a luta responde
Com a força que nasce do seu interior.
O tigre não teme o caminho tortuoso,
Nem a escuridão que o envolve.
Sua garra é o seu escudo poderoso,
E sua coragem, o que resolve.
Somos como o tigre, nos embrenhando,
Em trilhas que parecem impossíveis.
Mas, ao persistir, vamos conquistando
Forças invisíveis, mas tangíveis. Boa noite.
No fundo do poço, o sapo respira,
O espaço apertado não o impede.
Com paciência, sua alma delira,
Enquanto no silêncio, ele se rede.
O caminho para fora é íngreme e duro,
Mas ele não desiste da saída.
Sabe que a força que guarda no escuro
O levará a uma nova vida.
Com saltos curtos, mas firmes, ele sobe,
A cada dia, um degrau mais alto.
E ao encontrar o céu, o coração explode,
Com a sensação de ter vencido o asfalto.
Assim também somos, em nossos poços,
Prisioneiros da dor e do medo.
Mas ao saltar com coragem, somos os vitoriosos,
Escalando os muros que o mundo nos deu. Boa noite.