Na vastidão fria, o lobo uiva,
Sob a lua alta, que tudo observa.
Caminha só, mas o vento o guia,
Resiliente, sua força conserva.
A neve cobre a trilha escarpada,
Mas o lobo persiste, passo a passo.
Seus olhos fixos na linha dourada,
Onde a luz do sol rompe o cansaço.
Ele sabe que a montanha é dura,
E que o topo é para quem não cede.
Mas em cada pegada há uma estrutura,
Que o mantém firme, que o impede.
Assim, como o lobo, podemos lutar,
Na caminhada que o destino traça.
Com coragem, o medo enfrentar,
E deixar que o sonho renasça. Boa noite.
Há uma árvore no campo vazio,
Raízes fundas, tronco forte.
Ela desafia o mais cruel estio,
E sobrevive ao golpe da sorte.
O vento chega, furioso e altivo,
Tentando dobrar sua determinação.
Mas ela ergue-se, firme e viva,
Impondo silêncio à devastação.
Suas folhas caem, mas tornam a vir,
O ciclo da vida não a detém.
Aprende, cresce, volta a florir,
E o tempo faz dela um eterno refém.
Somos essa árvore, plantada na terra,
Resistindo às tempestades do mundo.
Mesmo que o vento nos ferra,
Erguemo-nos com propósito profundo. Boa noite.
Na densa floresta, onde tudo é selvagem,
O tigre observa, a mente a calcular.
Há um rio entre ele e a margem,
Mas o instinto o manda saltar.
A corrente é forte, o salto é imenso,
Mas ele reúne força no momento.
A dúvida existe, o medo é intenso,
Mas o tigre se move no vento.
Suas garras tocam a terra molhada,
E ele sabe que venceu o abismo.
Cada músculo, cada escolha calculada,
Foi uma vitória contra o pessimismo.
Também nós temos rios a cruzar,
Desafios que parecem impossíveis.
Mas se a coragem em nós ecoar,
Transformaremos sonhos em tangíveis. Boa noite.
No chão seco, a semente foi lançada,
Parecia frágil, incapaz de brotar.
Mas ela dormiu na terra rachada,
Esperando o momento certo de germinar.
Chegou a chuva, tímida e breve,
E a semente começou a crescer.
Sua casca rompeu-se, já não é leve,
Sua força oculta pôde florescer.
Raízes buscaram o fundo do solo,
Galhos ergueram-se em direção ao céu.
E mesmo que o vento tentasse domá-lo,
O broto tornou-se um tronco fiel.
Nossa luta é como o jardim plantado,
Com tempo e cuidado, flores surgirão.
Mesmo no terreno mais castigado,
A vida brota com renovação. Boa noite.
No horizonte vasto do deserto,
O cavalo avança, firme e atento.
Cada passo no chão incerto
É um desafio ao calor e ao vento.
A sede queima, a areia castiga,
Mas ele segue, com olhos ardentes.
Há uma força interna que o abriga,
E o faz ignorar as dores latentes.
No oásis distante, ele enxerga o fim,
Um lembrete de que vale lutar.
A recompensa faz o esforço assim,
Um símbolo do que é perseverar.
Somos como o cavalo, em busca de paz,
Superando o árido e o impossível.
Com coragem que sempre refaz,
O caminho torna-se mais visível. Boa noite.
No céu cinzento, o falcão resiste,
A tempestade ruge, feroz e insistente.
Suas asas cortam o vento que insiste,
Em afastá-lo de seu voo persistente.
Ele não teme o trovão que ecoa,
Nem o relâmpago que risca o espaço.
O falcão sabe que sua força ressoa,
Quando enfrenta o caos, passo a passo.
Mais alto ele sobe, contra o torvelinho,
Encontrando equilíbrio em meio ao temor.
Até que enfim atravessa o caminho,
E encontra o azul após a dor.
Como o falcão, podemos lutar,
Contra os ventos que nos desafiam.
E, se ousarmos nos elevar,
Encontraremos a paz que as nuvens escondiam. Boa noite.