Oh, flores que bordam o vale em tons mil,
Guardam segredos do vento sutil.
Cada pétala, um verso, uma prece no ar,
Sussurram histórias que vêm do luar.
São risos de cores em tardes douradas,
Perfumes que dançam nas brisas encantadas.
O lírio tão puro, a rosa em paixão,
Cravam beleza na imensidão.
A margarida se abre à luz da manhã,
Como um abraço de mãe tão cristã.
O girassol, fiel ao astro maior,
Segue o caminho do dia em calor.
Jasmins escondidos na sombra do chão,
Segredam à noite sua doce canção.
Orquídeas exóticas, tão delicadas,
Vestem-se em glórias nunca esperadas.
Cada flor tem um nome, um fado, um lugar,
E mesmo ao morrer, continuam a amar.
Pois no ciclo da vida, renascem sem fim. Boa noite.
No campo aberto, onde o silêncio repousa,
As flores falam em tons que a brisa compõe.
Cada pétala é uma frase de vida,
Um fragmento suave que o tempo expõe.
A rosa ergue-se, firme, em seu esplendor,
Não pela força, mas pelo fulgor.
A simplicidade da violeta pequena,
Mostra que o valor não depende da cena.
O girassol, altivo, encara o horizonte,
Sem temer o amanhã, sem buscar outra fonte.
A tulipa repousa em suas cores precisas,
Guardando o momento em que a calma a revisa.
As flores vivem por instantes, é verdade,
Mas nessas breves vidas há tanta vontade.
Como se cada cor, perfume e textura
Fosse um grito de paz, uma nova ternura.
No jardim, elas coexistem sem medo,
Cada uma no seu espaço, em pleno segredo.
O dente-de-leão flutua e se espalha,
Levando a promessa de uma nova batalha.
O campo florido não busca atenção,
Apenas celebra sua própria canção.
E nós, que passamos tão rápidos por ali,
Mal percebemos a grandeza que há ali. Boa noite.
Sob a sombra fresca de uma árvore antiga,
O tempo sussurra em sua velha barriga.
O tronco rugoso, cheio de histórias,
Guarda memórias de eras e glórias.
Os galhos se erguem como braços ao céu,
Mas não por prece, apenas por zelo.
Cada folha é um pequeno suspiro do vento,
Testemunha fiel de cada momento.
O carvalho, imponente, assiste calado,
Enquanto o salgueiro se curva ao prado.
O ipê explode em um manto dourado,
Transformando o inverno em algo encantado.
O eucalipto, alto, toca as alturas,
Liberando aromas em noites tão puras.
E a figueira, com suas raízes expostas,
Lembra que até os firmes enfrentam respostas.
As árvores falam, mas não com palavras,
Sua linguagem é feita de folhas que dançam.
Elas esperam, pacíficas, o passar das estações,
Sem pressa, sem metas, sem explicações.
E quando uma folha decide cair,
Não há lamento, apenas o fluir.
Pois no coração das árvores há sabedoria,
De que tudo tem seu tempo e sua harmonia.
Assim são as árvores, pilares do mundo,
E nós, passageiros, somos apenas segundos.
Se ouvirmos bem, com o coração atento,
Aprenderemos delas o valor do momento. Boa noite.
No silêncio do campo, onde o vento respira,
Flores erguem-se em coro, como quem suspira.
Não falam de glórias, não buscam atenção,
Mas crescem serenas em sua missão.
A dália desponta em formas complexas,
Como um labirinto de ideias reflexas.
O narciso, discreto, ao espelho se entrega,
Enquanto a peônia, vibrante, a luz carrega.
O campo de lavanda estende-se ao longe,
Pintando a paisagem com um tom que se esconde.
Seu aroma é um segredo que o ar compartilha,
Acolhendo no peito quem por ali trilha.
Cada flor é um mundo, um universo contido,
De beleza efêmera, mas jamais perdido.
Elas não vivem para serem lembradas,
Mas deixam no ar suas marcas gravadas.
E assim seguem as flores, tão leves, tão fortes,
Desafiando o acaso, moldando a sorte.
Pois mesmo em tempestades ou no calor abrasante,
Elas florescem, teimosas, a cada instante. Boa noite.