A rotina é como o ciclo de um relógio,
seu movimento constante, sem surpresas.
Acordamos, trabalhamos, comemos, dormimos,
e tudo parece um repeteco de dias anteriores.
Há algo confortável na previsibilidade,
mas ao mesmo tempo, algo que nos prende,
nos impede de respirar além do esperado.
A cidade acorda e logo se agita,
os rostos apressados, os passos rápidos,
os carros que cortam o ar com seus motores,
como se a vida não pudesse esperar.
Mas, em algum lugar no meio disso tudo,
o silêncio se esconde em um olhar perdido,
no pequeno intervalo entre as tarefas,
onde talvez a alma queira fugir.
A rotina não é má, mas é implacável,
ela nos carrega, sem que percebamos,
levando-nos em uma jornada que,
muitas vezes, não sabemos onde vai dar.
E assim seguimos, de um dia para o outro,
perdendo a noção do que era para ser extraordinário,
afogados na familiaridade do que já conhecemos,
tentando encontrar um pedaço de algo novo
em meio ao mar da repetição. Boa noite.
O tempo passa, e com ele, a leveza das coisas
vai se desvanecendo, pouco a pouco.
Quando éramos jovens, ele parecia tão fácil,
se arrastando sem nos incomodar.
Os minutos eram longos, cheios de possibilidades,
e a espera era parte do jogo da vida.
Hoje, cada segundo parece pesar mais,
como se o tempo tivesse se tornado mais denso,
menos paciente com nossas distrações.
Ainda assim, a leveza do tempo existe,
em momentos fugazes que aparecem e se vão,
em uma conversa com um amigo,
no abraço apertado de quem amamos,
na risada solta que quebra a tensão do dia.
O tempo, em sua essência, não é cruel;
é apenas implacável.
Ele segue seu curso, indiferente aos nossos desejos,
mas nos oferece pequenos respiros de leveza,
como se fosse um lembrete de que a vida,
em sua simplicidade, ainda pode ser pura.
O truque é reconhecer esses momentos
quando eles aparecem,
antes que se percam na velocidade do relógio. Boa noite.
O tempo passa, mas não sabemos como, as horas se arrastam em um ritmo quase imperceptível. Às vezes, a mente vaga, busca respostas que nunca chegam, enquanto os minutos se estendem, como se tivessem sua própria vida. No silêncio da sala, o som do relógio é a única companhia. Cada tic-tac ecoa como uma lembrança distante de algo perdido. O mundo segue seu curso lá fora, cheio de agitação, mas dentro de nós, há uma quietude inquietante. A solidão não é a ausência de pessoas, mas de algo mais profundo, algo que se esconde nas interseções do cotidiano, onde o olhar não alcança. A mente se perde em reflexões vazias, e o coração espera, sem saber o que esperar. Quando o sol se põe e a noite toma conta, a sensação permanece: a solidão das horas, que não fala, mas pesa, como um véu invisível que nos envolve, nos deixando sozinhos, mesmo rodeados de vida. Boa noite.
As coisas simples da vida muitas vezes passam despercebidas. Os raios de sol que entram pela janela, iluminando a poeira no ar, o vento suave que balança as folhas das árvores, o sabor do café quente pela manhã, que nos desperta da rotina. São momentos discretos, mas cheios de um significado secreto, que só é possível entender quando paramos para olhar. O movimento das nuvens no céu, o som da água correndo no rio, tudo parece ter uma história para contar, se estivermos dispostos a ouvir. Mas, muitas vezes, estamos tão ocupados com o que parece grande e urgente, que não notamos essas pequenas maravilhas que nos cercam. A beleza está nas coisas simples, nas que não exigem explicação, mas se tornam parte do nosso ser, sem pedir permissão. O sorriso de um amigo, o toque de uma mão querida, o silêncio compartilhado que diz mais que mil palavras. Às vezes, a vida não precisa de grandes gestos para ser significativa, basta observar a imensidão das coisas simples e deixar-se encantar por elas. Boa noite.